Por Patrícia Pellegrini Nomoto

Nos últimos anos, pude constatar algo muito semelhante entre os vários pacientes que atendi com dores crônicas de origem musculoesquelética: a carência de informações relevantes e consistentes acerca do autocuidado com o sistema musculoesquelético dentro de suas rotinas cotidianas e funcionais. 

A carência destas informações inviabilizava atitudes saudáveis e preventivas com seus próprios corpos e, sobretudo, serviam como fonte alimentadora e mantenedora permanente de sobrecargas aos tecidos biológicos, levando à dor e ao prejuízo funcional variável.

Adicionado a esta carência, ocorria outra situação distinta, que era a presença de um conhecimento prévio de informações que, por vezes, apresentava-se equivocada pela falta de um olhar mais globalizado. 

Ao olharmos de uma maneira ampla para o nosso sistema musculoesquelético, constatamos a existência de diferentes tecidos biológicos (ossos, cartilagens, músculos, tendões), cada qual com características constitucionais singulares, capacidades individuais de resistirem ao estresse mecânico corporal  e também condições particulares de reparo frente à uma lesão.

As posturas e os movimentos cotidianos ou esportivos deveriam, em sua essência, contemplar o equilíbrio desta diversidade de condições. Quando este equilíbrio não é garantido por determinada prática, alguns tecidos começam a sofrer em detrimento de outros, com melhores e maiores capacidades de reparo.  

A motivação de participar e empoderar as pessoas para:

  • O conhecimento de informações essenciais e de qualidade sobre a saúde do sistema que nos permite movimentar,

  • O exercício da autopercepção física e detecção de atitudes nocivas,

  • O aumento da conscientização e participação em atitudes mais saudáveis e preventivas com seus corpos em seus cotidianos fez surgir, em 2017, com a ajuda de duas outras colegas de profissão, Fabiana Cabral e Sedila Calegaro, o projeto EMPODERE-SE, formatado em palestras e vivências corporais destinadas ao público em geral, ministradas em ambientes sociais e corporativos.

“A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo.”

Nelson Mandela